Saiba quais são as franquias de Portugal que buscam investidores no Brasil
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Empresas estarão em feira de franchising no Rio. Há negócios a partir de € 1 mil
Franquias portuguesas estarão na Expo Franchising ABF Rio, que acontece no Riocentro de 27 a 29 de setembro, à procura de investidores brasileiros que queiram abrir unidades em terras lusitanas. A franquia Maxfinance, de soluções financeiras, busca franqueados com conhecimento nas áreas bancárias, seguros e contabilidade. Gustavo Reimão Jorge, responsável de expansão da empresa, diz que desde o ano passado percebeu o interesse brasileiro por Portugal.
— O candidato brasileiro tem demonstrado um perfil enquadrado com o tipo de franqueados que queremos. São profissionais com elevadas competências técnicas, com grau acadêmico superior, quadros executivos de empresas e empresários, que encaixam perfeitamente com os pressupostos do nosso negócio — explica ele.
Outra franquia presente é a academia Personal 20. Pedro Ruiz, responsável pela marca, está em busca de investidores com experiência em gestão e liderança de equipes para abertura de unidades em cidades como Lisboa e Porto.
— A principal razão para os brasileiros quererem mudar a sua vida é o fato de Portugal ser o 3º pais mais seguro do mundo . Do ponto de vista do investimento, em Portugal e em toda a União Europeia, os investimentos e a propriedade privada tem uma proteção jurídica absoluta — defende.
Já a loja de roupas infantis Metro Kids também terá um estande na feira. Paloma de Assis, responsável pela marca, diz que procura franqueados para lojas de rua. A empresa já tem franquias no Marrocos, Arábia Saudita e China.
— São unidades que oferecem uma maior rentabilidade do negócio. É a possibilidade para os investidores brasileiros poderem ter o seu negócio próprio em um país com excelente qualidade de vida.
A proximidade cultural entre os dois países, a facilidade da língua e da adaptação e as facilidades processuais que os acordos entre Portugal e o Brasil tornam as parcerias com investidores brasileiros uma prioridade para as marcas portuguesas, defende Bruno Filipe Costa, diretor de Expansão e Internacionalização da Pizzaria Luzzo.
— A estratégia da nossa presença passa por procurar parceiros / investidores brasileiros que se identifiquem com a nossa marca e desejem crescer conosco. Atualmente, já temos franquiados brasileiros e tem sido uma experiência fantástica de aprendizagem mútua com a partilha do nosso conhecimento — relata ele
A Loja do Condomínio, que presta serviço de administração de condomínios, quer abrir lojas em Lisboa, Porto, Coimbra e cidades do litoral e interior.
Marcas procuram investidores
Metro Kids: Marca de roupa infantil com 29 anos e quer investidores em Portugal e nos Estados Unidos. Investimento inicial: € 50 mil.
Loja do condomínio: Presta serviço de administração de condomínios e quer abrir lojas em Lisboa, Porto, Coimbra e cidades do litoral e interior. Investimento inicial: € 36 mil
Personal 20: Tem dois conceitos: estúdio Electro Fitness e academias femininas. As cidades foco são Lisboa e Porto. Investimento inicial: entre € 50 mil e € 130 mil
Pizzaria Luzzo: Há espaços disponíveis em Lisboa e Porto e em cidades pequenas, como na região do Algarve Investimento inicial: a partir de € 100 mil
CONSELHO DE BRASILEIRO
O gaúcho Andre Weissheimer, de 51 anos, está há seis meses em Portugal, depois de um ano de avaliação e planejamento. Empresário na área de Tecnologia da Informação, ele viu os projetos começarem a rarear e foi em busca de soluções. Em novembro de 2016, ele visitou Portugal e montou uma agenda de encontro com entidades empresariais e redes de franquias. Foi neste momento que conheceu a Maxfinance.
— Quando fiz esta prospecção pessoalmente em Portugal percebi que seria bastante complexo empreender em outro país sem ter um maior domínio de suas particularidades, suas burocracias, uma rede de relacionamentos. É neste espectro que as franquias de um modo geral favorecem os empreendedores carentes de algum conhecimento, seja de mercado, do produto ou do processo — explica ele, que se mudou sem a família.
Para quem quer investir em um negócio em Portugal, André aconselha que o interessado visite o país e converse com as empresas.
— Faça um planejamento financeiro bastante conservador, com boas reservas e provisões. Portugal tem excelentes oportunidades, porém o ritmo com que estas evoluem não é o mesmo que estamos acostumados nos países emergentes ou nas economias alucinantes como os Estados Unidos — aconselha ele.
CUIDADOS REDOBRADOS
Comprar uma franquia, mesmo sendo de uma marca sólida e reconhecida no mercado, não é garantia de sucesso. Se o investimento for em um país estrangeiro, os riscos são ainda maiores. No entanto, ao pôr na balança a possibilidade de morar em um país como Portugal, alguns brasileiros têm apostado em abrir negócios por lá nos últimos anos. As franquias portuguesas perceberam o movimento e estão de braços abertos para os investidores daqui. Especialistas no setor alertam, contudo, que é preciso tomar cuidados redobrados antes de arrumar as malas e fechar um negócio com uma empresa estrangeira.
— A vantagem em Portugal é que o idioma é o mesmo, bem como parte da cultura. Mas isso não significa que o público-alvo e suas personas são idênticas. Não são. Então, prestar atenção ao mercado-alvo é o primeiro grande conselho. O segundo é contratar pessoas locais ou se associar a locais. E ir para o mercado sem repetir maus hábitos de gestão no Brasil —lista o professor da FGV e diretor executivo do Canal Vertical, Roberto Kanter.
Para ele, a pouca oferta de empresas portuguesas com serviços e produtos diferenciados, e o custo de implantação dos negócio — menor do que no Brasil — surgem como fatores positivos para abertura do negócio na terrinha.
— Em contrapartida, o mercado é pequeno; o país inteiro tem menos pessoas do que o Grande Rio. E é um público bastante conservador. Um plano de crescimento e entrada minimiza esse desafio —afirma ele.
Há um ano e meio, José Schwartz montou uma filial em Lisboa de sua consultoria carioca de franquias e agora também atende a clientes portugueses. Com conhecimento profundo nos dois países, ele acredita que um ponto a que o investidor precisa estar atento é a forte concorrência em praticamente todos os setores, o que implica margens de lucros bem pequenas para quem está habituado às praticadas no Brasil.
— Na minha percepção, os setores de supermercados de médio porte, os de intermediação imobiliária e os de boa forma física (fitness, alimentação saudável) são os que vêm tendo maior presença nos eventos de franchising, e também maior crescimento — diz Schwartz.
O consultor será um dos palestrantes sobre o ambiente português de negócios na Expo Franchising ABF Rio. Na feira, o pavilhão Portugal terá cinco marcas lusas que buscam investidores brasileiros.
— O primeiro passo é se identificar com o produto, antes mesmo do que com a marca. Depois é pensar se há capital suficiente para investir em uma marca. Porque o investidor vai mudar de país, procurar um ponto. É preciso ter bom backup financeiro para sustentar os primeiros cinco a seis meses do novo modo de vida — aconselha Cristina Maria Matos, diretora executiva da Associação Portuguesa Franchising (APF).
Fonte: O GLOBO e Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro
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